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Defesa do X diz ao Supremo que vai pagar multa de R$ 8,1 milhões
22 de fevereiro de 2025Redação Paiquerê
O governador Carlos Massa Ratinho Junior participou na sexta-feira (21), em Campina Grande do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba, do lançamento da pedra fundamental da primeira fábrica de nanofertilizantes do Brasil. A unidade receberá um investimento inicial de US$ 12 milhões (aproximadamente R$ 66 milhões), o que também contempla um centro avançado de pesquisa e desenvolvimento.
O empreendimento foi idealizada pela Nanoventions Brasil, empresa que integra o grupo econômico da Indian Farmers Fertiliser Cooperative (IFFCO), a maior cooperativa agrícola da Índia. Após tratativas com empresários locais, que se tornaram sócios da Nanoventions Brasil, a IFFCO escolheu o Paraná como o seu primeiro destino fora do país asiático em seu plano de expansão internacional.
A produção de nanofertilizantes em solo paranaense deverá reduzir a dependência de insumos que hoje são importados pelos produtores estaduais e do restante do Brasil. A tecnologia desenvolvida pelos indianos após 8 anos de pesquisas e investimentos de US$ 200 milhões também representa um avanço em relação aos fertilizantes tradicionais por serem mais eficientes, o que deverá reduzir custos aos agricultores, o desperdício de insumos e os impactos ambientais.
Em seu discurso, o governador exaltou as semelhanças entre a IFFCO e o Paraná, destacando as boas perspectivas do negócio para o Estado e a empresa. “A IFFCO é uma das maiores cooperativas agrícolas do mundo, enquanto o Paraná é o estado que mais tem cooperativas na América Latina, com 7 das 10 maiores presentes aqui, o que demonstra que o cooperativismo faz parte da nossa essência”, afirmou.
“Poder trazer para o Paraná a primeira fábrica de nanofertilizantes do Brasil é muito simbólico, porque isso está aliado à vocação do Paraná, que é o maior produtor de alimentos do Brasil e o Estado reconhecidamente mais sustentável do País”, acrescentou Ratinho Junior. “Além disso, essa produção atende uma necessidade dos nossos agricultores, que atualmente importam 85% dos fertilizantes usados no campo”, concluiu.
A infraestrutura da fábrica deve ficar pronta em outubro, em um rápido projeto de construção e instalação da linha de produção, cujos equipamentos serão enviados prontos para montagem diretamente da sede da IFFCO na Índia. A capacidade produtiva da fábrica é estimada em 5 milhões de litros de nanofertilizantes por ano, mas a Nanoventions Brasil prevê dobrar esse potencial em apenas cinco anos de operação.
Até 2029, cerca de 150 empregos diretos e 450 indiretos devem ser gerados com a operação, que tem uma receita bruta projetada em R$ 225 milhões anuais a partir do quinto ano de operação.
Presente no evento, o secretário estadual da Fazenda, Norberto Ortigara, participou das tratativas com os empresários indianos e enfatizou a relevância da conquista para os agricultores paranaenses.
“O Paraná é um jogador importante nesse mercado mundial de alimentos e os nanofertilizantes reduzem os custos de produção e aumentam a produtividade. Por isso, tratamos essa negociação com a IFFCO com atenção, oferecendo benefícios estaduais que em breve vão se reverter no avanço da nossa agricultura por meio da inovação”, comentou.
OPÇÃO PELO PARANÁ
Segundo o sócio-fundador da Nanoventions Brasil, Fausto José Caron, a empresa analisou seis estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste para instalar a sua primeira fábrica, mas acabou optando pelo Paraná por uma série de condições favoráveis ao crescimento do modelo de negócios.
“Nós fizemos tratativas com vários estados, mas o Paraná se destacou por ter um programa de benefícios fiscais muito bem estruturado, uma infraestrutura robusta, com destaque para a malha rodoviária e o Porto de Paranaguá, e uma equipe governamental que nos atendeu muito bem desde o início”, relatou Caron. “Além disso, o fato do Estado defender a sua vocação agrícola, investindo em inovação e no fortalecimento do cooperativismo, também pesou nessa decisão”, complementou o empresário.
O programa citado por Caron é o Paraná Competitivo, coordenado pela Invest Paraná, Agência de Atração de Investimentos do Governo do Estado, vinculada à Secretaria de Indústria, Comércio e Serviços. A atração de empresas estrangeiras para o estado é resultado das missões internacionais promovidas pela Invest Paraná e das parcerias estratégicas com Câmaras de Comércio. Foi por meio de uma dessas parcerias que a Câmara de Comércio Indo-Brasileira, representada pelo diretor da Região Sul, Cícero Oliveira, indicou a Nanoventions Brasil à Invest Paraná. A partir desse contato, a agência iniciou os atendimentos à empresa, auxiliando na busca por terreno e na apresentação dos benefícios do Paraná Competitivo, até a definição da instalação.
Para o presidente da Invest Paraná, Eduardo Bekin, os investimentos recentes anunciados por empresas estrangeiras, como o da Nanoventions, são resultado das vantagens oferecidas pelo Governo do Estado, mas também da estratégia de divulgação do Paraná no mercado internacional. “A Invest Paraná faz esse trabalho de internacionalização do Estado, com diversas missões comerciais lideradas pelo próprio governador, nas quais não apenas divulgamos os nossos produtos em novos mercados, mas também buscando atrair empresas para se instalarem aqui”, disse. “Nossa prioridade é justamente atrair empresas que aliem a inovação e o uso da tecnologia ao agronegócio, porque isso fortalece ainda mais este grande ativo da economia paranaense”, defendeu Bekin.
Além do enquadramento no Paraná Competitivo, por meio da Invest Paraná, a IFFCO também estuda a possibilidade de parcerias com o Tecpar e as universidades estaduais. Segundo Ritesh Sharma, outro sócio-fundador da Nanoventions Solution, objetivo é reforçar o potencial de inovação e pesquisa aplicada, com a transferência de conhecimento dos indianos para os paranaenses, garantindo que o Estado se torne um polo de referência em nanotecnologia aplicada ao agronegócio.
“Essa é uma tecnologia que mudou o modelo de agricultura na Índia. Depois de dois anos de estudos e testes científicos adaptados à realidade brasileira, o apoio do Governo do Paraná nos deixou tão animados que decidimos não apenas construir uma fábrica para o fornecimento dos insumos, mas criar também um centro de pesquisa para desenvolver esse conhecimento no Estado”, detalhou Sharma.
COMO FUNCIONA
Os nanofertilizantes utilizam partículas em escala nanométrica que garantem mais eficiência na absorção e uso eficiente de nutrientes, aumento da produtividade agrícola devido à necessidade da aplicação de menos doses do produto, o que também mitiga riscos de contaminação do solo e dos recursos hídricos, bem como menos emissões de gases de efeito estufa na atmosfera.
O desenvolvimento dos nanofertilizantes demandaram US$ 200 milhões de investimentos e 8 anos de estudos e pesquisas. Na Índia, onde já são amplamente utilizados, eles revolucionaram a produção agrícola devido à alta eficiência na nutrição vegetal.
Com AEN